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Café com notícias – Produtor recebe prêmio por embarque de café carbono neutro.

Reuters

Café que gera prêmios

Uma cooperativa de café brasileira recebeu um prêmio de preço (porcentagem pela qual o preço de venda de um produto excede um preço de referência) ao embarcar sacas de café carbono neutro, cujo processo de produção permite maior sequestro do que emissões de gases de efeito estufa.

O embarque de 600 sacas de 30 quilos de produto abre espaço para novas exportações do produto mais sustentável e valorizado, é o que afirmam à Reuters representantes da cooperativa monteCCer, que liderou a iniciativa. A medida exportada é diferente da tradicional saca de 60 kg do grão “commoditizado” – e foi realizada junto à Volcafe, braço comercial de café da ED&F Man, uma das maiores tradings mundiais de commodities, para atender clientes no Japão.

A trading pagou um prêmio equivalente a 100 reais por saca de 60 kg do café neutro em carbono, valor que é o dobro do diferencial pago por produtos de qualidade e que tem certificados ambientais e sociais, disseram líderes da monteCCer, com sede em Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro.

Regis Damasio Salles, diretor da monteCCer, disse que outros cinco negócios estão para ser fechados com ganhos de preço semelhantes. Um grande varejista de café dos Estados Unidos, que ele não informou, está entre os compradores interessados. Ele explica que trabalham para a descomoditização do café e essa não é uma jornada fácil, mas compensa pelo valor adicional recebido e também por preparar o negócio para as gerações futuras de cafeicultores.

O novo projeto dos cafeicultores

No projeto desenvolvido pela monteCCer, um grupo de agricultores seguiu técnicas para reduzir ainda mais as emissões, resultando numa colheita neutra ou mesmo negativa em termos de emissões de carbono. Como as plantas de café são perenes, as plantações de café servem como sumidouros de carbono que removem o dióxido de carbono do ar.

As técnicas incluem o uso mais eficiente de fertilizantes, principalmente à base de nitrogênio, o uso de produtos biológicos em vez de produtos químicos e a redução do uso de energia e água, com irrigação avançada, como por exemplo, os sistemas subterrâneos de gotejamento.

O café torrado produzido com grãos carbono neutro permite uma redução de mais de 80% nas emissões de gases de efeito estufa, na comparação com balanço registrado no processo de fabricação com um produto tradicional.

Damásio comentou que tudo começou em 2018, quando fazendas de cooperados que estavam completando dez anos de certificações por boas práticas decidiram dar um passo além. Foi então realizado o chamado “inventário da sustentabilidade”, com supervisão do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), no qual foram analisados itens como solo, uso de defensivos e fertilizantes, de recursos hídricos, emissão de gases, a fauna e a flora.

A Imaflora foi uma das assessoras do programa em que 34 fazendas da região do Cerrado de Minas Gerais, no balanço das emissões, mais sequestram do que liberam gases de efeitos estufa, considerando itens que mais emitem, como uso de fertilizante, calcário, combustíveis fósseis (óleo diesel) e trabalhos de poda na lavoura.

Os participantes da iniciativa sustentável buscam reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados, os maiores emissores, usando materiais orgânicos e melhorando a cobertura vegetal das lavouras, entre outras iniciativas.

“Como nas nossas lavouras a maioria da irrigação é por gotejamento, isso evita a volatização do nitrogênio, no gotejo é mínima a volatilização, diferentemente da irrigação por aspersão”, explicou o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e da cooperativa monteCCer, Francisco Sérgio de Assis. “Hoje estamos em processo de racionalização de tudo”, completou, dizendo que as iniciativas incluem o uso de defensivos biológicos e economia de água e energia.

O setor avalia que o caminho para obter um café carbono neutro foi facilitado entre os integrantes da cooperativa pelas boas práticas já adotadas há muitos anos, e acredita que o potencial do Cerrado Mineiro na oferta desse produto mais sustentável é enorme. Atualmente, as 34 fazendas com certificação neutra em carbono produzem em média 160 mil sacas de café por ano, um volume ainda pequeno perto das milhões de sacas exportadas todos os meses pelo Brasil.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e o Conselho Nacional do Café (CNC), órgão que representa as cooperativas, também estão envolvidos em projetos para expandir a iniciativa a áreas como Sul de Minas e Zona da Mata.

Nas negociações da ONU na Grã-Bretanha, para tentar desacelerar o aquecimento global, o Brasil disse que está aumentando seus compromissos climáticos. O setor cafeeiro poderá acompanhar e ajudar nessa missão.

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